segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Contos de fadas... a parte desconhecida...

A Bela Adormecida arranjou quem a beijasse... A Feia Adormecida continua a dormir...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O árbitro

Todos nós já presenciámos pequenos delitos ou infracções. Coisas para as quais não é necessário chamar a polícia, mas que também não nos sentimos com autoridade para impedir, (mais que não seja por receio de levar um banano), embora "mexam" conosco...

Já partilhámos o restaurante com alguém a comer de uma forma "labrega", já vimos alguém a livrar-se de promessas, ou a bater no carro de trás enquanto estaciona a sua viatura...

Imaginemos o nosso mundo como um sítio onde existe a perfeição, e que para este tipo de coisas existiria uma entidade que estaria sempre no sítio certo...

UM ÁRBITRO!

Vamos imaginar como seria se houvesse um árbitro para as duas primeiras situações supra-mencionadas...

1- O ÁRBITRO DE PROMESSAS...

Uma mulher está a andar de joelhos para cumprir uma promessa. De repente, levanta-se para ver os joelhos... Aparece um árbitro...

Árbitro - (Apita) Psst! Oh menina! O que é que pensa que está a fazer?!

Mulher - Estou a ver os meus joelhos... Dá-me a impressão que já estão em ferida...

Árbitro - Não pode! Levantou-se?! Mas o que é isto?!

Mulher - Mas foi só para ver os joelhos!

Árbitro - Pois... Isso é o que todos dizem... Mas depois aproveitam e dão uns passinhos de pé!

Mulher - Não! Eu juro que...

Árbitro - Jura? Jura para quê?! Depois não cumpre! Aposto que também jurou que vinha desde lá de cima até cá a baixo de joelhos e agora está a tentar furar a promessa... Olhe, só por causa disso vai levar amarelo! (Mostra o cartão amarelo)

Mulher - (Revoltada) Isto é um abuso!

Árbitro - Pianinho! Pianinho senão terei de tomar medidas drásticas!

Mulher - Vais bater, é? Meu safardanas!

Árbitro - O quê?! Cartão vermelho! (Mostra o cartão vermelho)

Mulher - Epah! Assim não dá! O que é que eu fiz, senhor árbitro?

Árbitro - Ah... Agora já é senhor árbitro? Amiga, agora já é tarde para emendar a mão...

Mulher - És um boi preto! É o que tu és!

Árbitro - Ai é?! Lá para trás! Vais começar do principio e tens que perguntar, "a mamã dá licença?" e eu digo, "sim" e tu perguntas, "quantos passos" e conforme eu disser, assim tu tens que fazer... Entendido?

Mulher - (Desesperada) Isto é injusto! (Vai-se afastando)

Árbitro - Vocês pensam que chegam aqui e são logo os maiores...

Mulher - (Lá do fundo) A mamã dá licença?

Árbitro - Sim.

Mulher - Quantos passos?

Árbitro - Dois à bebé... Muito bem... Isso mesmo...

2- O ÁRBITRO DE BOAS MANEIRAS...

Um homem está a comer de forma "labrega". Aparece um árbitro que apita aos ouvidos do referido homem.

Homem - Mas o que é isto?

Árbitro - Falta!

Homem - Porquê?

Árbitro - Está a comer de boca aberta.

Homem - E o que é que isso tem?

Árbitro - Não pode!

Homem - Mas já não se pode comer em paz?

Árbitro - Cuidadinho!

Homem - Mas porquê eu? (Enquanto fala com o árbitro, o homem cospe um pedaço de comida)

Árbitro - Cartão amarelo! (O árbitro mostra-lhe o cartão amarelo)

Homem - Porquê?

Árbitro - Labregada!

Homem - Isto é injusto! Eu nem fiz nada!

Árbitro - Vai ser punido com ter de comer de boca fechada.

Homem - Epah! (O homem tenta comer de boca fechada, não consegue) Não consigo! Não quero saber! Não mandas em mim! Vou comer como eu quiser!

Árbitro - Esse comportamento vai ser punido com o segundo cartão amarelo e consequente vermelho! (Mostra-lhe o segundo cartão amarelo, seguido do vermelho)

Homem - Injustiça! És um boi preto!

Árbitro - Ui! Isso vai custar-lhe caro, amigo.

Homem - Senhor árbitro, foi sem intenção e...

Árbitro - Não quero saber! Vai ter de comer um frango assado com talheres!

Homem - Epah! Não há forma de deixar passar? É que isto de comer o frango com talheres é uma chatice!

Árbitro - Pois é... Vocês pensam que são donos e senhores da razão... Depois lixam-se...

(O árbitro apita. Faz sinal ao homem para começar. O homem começa a comer o frango, [com talheres], com muita dificuldade)...

Gostava que existissem árbitros para as diversas situações menos agradáveis do quotidiano...

Sei que vivo num mundo utópico. Mas quão melhor seria a nossa vida se existissem estes seres?

Hugo Barreiros

sábado, 26 de dezembro de 2009

É Natal, é Natal!

Quando chega o Natal, (como é o caso), muita gente vem à praça pública fazer apelos para que olhemos para esta quadra com mais coração e menos materialismo. Dizem eles que o Natal, supostamente, não deveria ser comercial...

Como?!

O Natal foi sempre comercial!

Regressemos ao primeiro Natal de sempre! O menino Jesus ainda mal tinha nascido e três marmanjos apareceram logo à porta cheios de presentes para oferecer... (Eles sabiam que aquele bebé seria alguém importante no futuro, não poderiam perder a oportunidade de mais tarde cobrar favores).

Podemos imaginar o diálogo que tiveram no caminho para lá...

Baltazar - Então pessoal! Tudo bem? Sabem se é longe?

Gaspar - Se é longe ou não, não sei, mas este camelo não é muito confortável... Já me dói o rabo...

Belchior - Devias ter trazido uma sela almofadada, como a minha...

Gaspar - Oh Belchior, eu sou homem...

Belchior - Ai! Que mau humor, olha meu menino, que não te doa o olho...

Baltazar - Rapaziada, vamos lá a acalmar, que a viagem ainda é longa...

Gaspar - Eu não falo mais com a "miss deserto"...

Baltazar - Tem lá calma... Olha, o que é que trouxeste para o menino?

Gaspar - Mirra... E tu?

Baltazar - Incenso...

(Neste momento Belchior começa a mostrar algum nervosismo)

Gaspar - Olha! Ainda bem que a loja não tinha... Também ía comprar incenso...

Baltazar - E tu Belchior?

Belchior - (Disfarçando) Eu o quê?

Baltazar - O que é que trouxeste para o menino?

Belchior - (Baixinho) Ouro...

Baltazar e Gaspar - Hã?!

Belchior - Ouro!

Gaspar - Logo vi!

Baltazar - Tinhamos combinado não exceder os 5 euros!

Belchior - Desculpem...

Gaspar - Agora vais fazer um figurão e nós vamos fazer figura de urso!

Belchior - Desculpem...

Gaspar - Devias ir à loja dos chineses comprar qualquer coisa...

Belchior - Não tenho dinheiro... O que tinha gastei no ouro...

Baltazar - Pois pois... És muito espertinho...

E lá foram os 3 em direcção a Belém... Pararam nos pastéis, (para comer uma bucha), e depois continuaram a seguir a estrela que os guiou até uma manjedoura onde se encontravam Maria, José, uma vaca, um burro e o menino Jesus... Ah! E um cheiro nauseabundo que provinha da mistura dos excrementos da vaca, do burro, do menino e de José, que num momento de aflição não se fez rogado e aliviou-se atrás de um monte de feno... Os Reis Magos, como reis que eram, não conseguiram permanecer no local por muito tempo...

Baltazar - Viva!

Belchior - Trazemos presentes para o menino...

Gaspar - Desculpem o facto de não estarem embrulhados... Sabemos que é Natal... E os anos dele... Já agora, como é que se chama?

Maria - Maria...

Gaspar - Não... o menino...

Maria - Ah! Que parvoíce... Desculpe... Jesus.

Belchior - Que nome lindo! Posso pegar nele?

Baltazar - (Sussurrando ao ouvido de Belchior) Deixa-te de mariquices... Vamos embora que eu não aguento este cheiro.

Gaspar - Bem, era só para deixarmos os presentes... A festa está animada...

José - Já vão?

Baltazar - Sabe, o dia foi comprido...

José - Fiquem aqui conosco.

Belchior - Ai não! Eu sou alérgico aos fenos...

Gaspar - (Dirigindo-se já para a porta de saída) Digam ao menino que daqui a uns anos nós voltamos para falar com ele...

Baltazar - Adeus!

E lá se foram afastando da manjedoura, (em passo acelerado), os 3 Reis Magos... Conversando acerca das condições precárias em que tinha nascido o menino... E de como eles nunca conseguiriam viver como ele...

Hugo Barreiros

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Jesus seria um gabarolas?

De súbito, a minha mente foi assaltada por um pensamento... Como qualquer equipa que vai ao estádio do dragão é assaltada pelos árbitros...

E se Jesus não era tão bonzinho como se diz? (Nesta altura há uma banda sonora por trás que estrondosamente soa mais ou menos como... TCHAAAAAAAANNN!!!!)

Fiz um exaustivo trabalho de pesquisa na Bíblia, e, encontrei algumas frases que deixam antever um coeficiente de gabarolice bastante alto, com tendência acentuada a extremamente alto. Algo que, sinceramente, me deixou preocupado... Será que nos últimos 2000 anos andámos a louvar um gabarolas? (Novamente a banda sonora... TCHAAAAAAAANNN!!!!)

Vejamos alguns exemplos de frases de engate divinas:

"Em casa de meu Pai há muitas moradas" (Como quem diz, ah e tal, o meu pai é rico, tem uma casa que ocupa vários lotes...)

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Como que diz, eu é que sou o maior da minha aldeia!)

"Eu sou o Alfa e o Omega, o ínicio e o fim de todas as coisas" (Esta ele devia utilizar com as raparigas, como quem diz, olha baby, não te conheço mas deves ser muito fixe... se queres alguém que te faça sentir nas nuvens, que te preencha do princípio ao fim, tens que ficar aqui com o rapaz... capiche?)

Já pensaram? Jesus era um pintas... E pensar que 2000 anos depois as frases de engate "d'Ele" ainda ecoam pelas zonas de Algés, Cruz Quebrada, Alcântara, Ajuda, Serafina, Trafaria, Rio Tinto, Caxinas...

Hugo Barreiros

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

GNR, pioneiros ao nível do interrogatório!

Sabemos que as nossas forças policiais estão cotadas como as melhores do mundo.

GNR e PSP são, sem dúvida, inspiração para policiazecas como FBI, INTERPOL e CIA.

Nesta primeira abordagem, vamos centrar-nos nesses nobres soldados da lei que são os agentes da GNR.

Esta polícia portuguesa raramente comete erros, para tal, desenvolveu um tipo de interrogatório pioneiro... O caso que se segue, (e ao qual tive secretamente acesso por via de uma fonte interna), demonstra o quão apurada poderá ser esta inovadora forma de interrogatório.

Os nomes dos "G-N-inhos" em questão foram alterados para que se evitem situações de represálias.

Agente “Costa” e Agente “Silva”, (agora a sério... são mesmo nomes fictícios), ainda antes do questionário chegam à conclusão de que o suspeito que detiveram não era o culpado. (Vejam bem o quão eficiente é a nossa GNR!).

Silva – Epah, o gajo afinal não é o culpado.

Costa – Mas não vamos chegar lá e dizer-lhe, “ah e tal, desculpe lá, foi um engano”. Até parece mal.

Silva – Tens razão. O que é que fazemos?

Costa – Deixa estar, eu vou lá e faço-lhe umas perguntas, só para o estilo.

(Costa apanha num bloco onde vai anotar as respostas do Suspeito, entra na sala de interrogatório e dá logo uma bastonada no Suspeito).

Suspeito – O que é que eu fiz?

Costa – Vamos lá a calar! Bem… Vou fazer-te umas perguntas e quero respostas concretas, senão levas! Estás a perceber? Vamos lá começar. Como é que te chamas?

Suspeito – Armando Teixeira.

Costa – O que é que fazes?

Suspeito – Sou funcionário público.

Costa – Hum… (dá-lhe uma bastonada).

Suspeito – O que é que eu fiz?

Costa – Calou! Bem… Gostas das miúdas loiras ou morenas?

Suspeito – Hã? (leva uma bastonada) O que é que eu fiz?

Costa – Responde!

Suspeito – Morenas!

Costa – Qual foi a primeira palavra que disseste?

Suspeito – (Faz uma cara de quem não está a perceber nada do que se está a passar, Costa já vai com o bastão no ar) Cão! Acho que foi cão!

Costa – (dá-lhe uma bastonada) Achas ou tens a certeza? (levanta o bastão, ameaçador)

Suspeito – Tenho a certeza!

Costa – Já vi que temos aqui um amante dos animais… Continuemos… Costumas usar chinelos?

Suspeito – Sim… Mas… (leva uma bastonada)

Costa – Mas o quê? Querem ver que a formiga já tem catarro? Quais é que costumas usar? Tipo de enfiar o dedo ou tipo piscinex?

Suspeito – Piscinex.

Costa – (Costa vai à porta da sala de interrogatório) Oh Silva!? Este gajo usa chinelos tipo piscinex! (Ri) Ai, ai, vocês matam-me! Usas roupão?

Suspeito – (Revoltado) Não tenho que responder! Quero o meu advogado!

Costa – (dá-lhe uma bastonada) Queres é estar quietinho e responder ao que eu te pergunto. Entendido ou tenho que fazer um bonequinho? (ameaçando com o bastão)

Suspeito – Uso… (resignado)

Costa – Côr?

Suspeito – Beije.

Costa - Beijezinho?! (Ri) No banho, gel de banho ou sabonete?

Suspeito – Sabonete… (tenta dizer alguma coisa) (leva uma bastonada, só porque sim)

Costa - Preferes iogurte liquido ou de colher?

Suspeito - Liquido.

Costa - Mas tu gostas de gajas ou atracas de poupa?

Suspeito - Gosto de gajas.

Costa - (Dá-lhe uma bastonada) Esta não era para responder. Bem… Iogurte com ou sem pedaços?

Suspeito - Sei lá! Que interrogatório é este?

Costa - (dá-lhe uma bastonada) Então pah? Isso dá-te muitas vezes ou estás armado em esperto? Vamos lá a responder!

Suspeito - Com pedaços! (chateado)

Costa - Boa resposta. Qual é o teu sabor do iogurte preferido?

Suspeito - Pêssego.

Costa - Há melhores, mas pêssego também não é mau… Lavas os dentes com uma escova eléctrica ou manual?

Suspeito - Eléctrica.

Costa - Porquê? Tens alguma deficiência nas mãos?

Suspeito - Não.

Costa - (dá-lhe uma bastonada) Esta também não era para responder! Que mania pah! Mijas em pé ou sentado?

Suspeito - Sentado.

Costa - (dá-lhe uma bastonada) Toma lá porque nenhum homem que é homem mija sentado. (vai até à porta da sala de interrogatório) Oh Silva!? Este gajo mija sentado! (Ri) Usas relógio digital ou de ponteiros?

Suspeito - Digital.

Costa - Número preferido?

Suspeito - Três.

Costa - (Entre dentes) É a conta que Deus fez.

Suspeito - Hã? (leva uma bastonada)

Costa - Chiu! Hã, nada, estás a perceber? Bem… Camisas, como é que gostas? Lisas? Riscas? Quadradinhos?

Suspeito - Quadradinhos.

Costa - Eu vi logo. A tua secretária costuma estar arrumadinha ou toda desarrumada?

Suspeito - Arrumadinha.

Costa - Oh meu Deus! Quando pensamos que não pode piorar… Bem… Banho, antes ou depois do sexo?

Suspeito - Depois.

Costa – Deves ser roto! (dá-lhe uma bastonada) Eu já vi tudo!

Suspeito - Não é nada disso… (leva uma bastonada)

Costa - Calou! Bem, bem… Preferes correr, andar de bicicleta ou andar a pé?

Suspeito - Andar a pé.

Costa – Hum Hum… Achas que os escuteiros são úteis para a sociedade ou achas que deviam ser usados como escudos humanos?

Suspeito - Acho que são úteis.

Costa - (levanta o bastão) Hã?

Suspeito - Escudos Humanos! Escudos Humanos!

Costa - Ah bom! Assim sim! Bem, desta vez acho que te safas. As respostas que me deste indicam que és capaz de não ser o culpado. Porém, caso necessites de sair da zona de residência, é favor vires cá à esquadra comunicar. Entendido?

Suspeito - Sim.

Costa - (levanta o bastão; o Suspeito encolhe-se) Ah! Estou a brincar. Alguma vez te fiz mal? Hã?

Suspeito - Não.

Costa - Então porque é que te estás a encolher? Mariquinhas. Vá, vai lá à tua vida. Desampara-me a loja!

Nem toda a sapiência do mundo daria para categorizar a técnica de interrogatório de “Costa”.

O domínio do bastão, o tom de voz ameaçador… Tenho para mim que se “Costa” estivesse no Afeganistão, há muito que Osama Bin Laden teria sido descoberto…

Reparem na minúcia com que é feita a pergunta do iogurte, e o que dizer da sempre tão reveladora pergunta dos escuteiros? Mesmo os mais infimos pormenores como os chinelos ou a côr do robe não passaram despercebidos...

Um conselho ás forças políciais de todo o mundo... Ponham os olhos na Guarda Nacional Repúblicana!

Hugo Barreiros

terça-feira, 13 de outubro de 2009

MITOLOGIA... Para que serve?

Quando andava na escola e me obrigavam a estudar mitologia, sempre pensei: "PARA QUE É QUE ISTO SERVE?!" Quem é que quer saber se te metes num labirinto com um Minotauro, (uma coisa algures entre o boi e o homem, não muito inteligente nem muito ágil), enquanto a tua mulher te anda a trair com o teu filho? O que é que importa se conseguiste derrotar o Adamastor, (aqui para nós um velhote simpático que fazia ondinhas na banheira), levando o nome de Portugal mais longe?

Confesso, nunca fui um bom aluno... Lembro-me de certa vez, num teste de Portugês ter-me sido colocada a seguinte questão:

"Indique duas semelhanças entre Luiz de Camões e Fernando Pessoa."

Ao que respondi:

"Estão ambos mortos; Não têm escrito nada últimamente."

Ou ainda...

"O que quis dizer Camões com: Amor é fogo que arde sem se ver, É ferida que dói e não se sente, É um contentamento descontente, É dor que desatina sem doer?"

Eu respondi:

"Não sei. Porque é que ele não disse logo o que queria dizer em vez de se pôr com enigmas?"

Já perceberam onde quero chegar, não é verdade?

Tenho, porém, a certeza que parte do meu desinteresse generalizado teve a ver com a escolha dos conteúdos por parte do Ministério da Educação.

Querem falar de mitologia? Vamos a isso!

Falemos do Eusébio, dos bi-Campeões Europeus, do Mundial de 66, da Rosa Mota, do Carlos Lopes, do Joaquim Agostinho ou mesmo do José Mourinho...

Este último com um feito digno de Odisseu, (ou Ulisses), ao levar um clube de bairro ao dominio da europa... Uma Odisseia, de facto...

Ao fazermos paralelismos como este tenho a certeza que o insucesso, (ou desinteresse), escolar iria diminuir...

Ao Ministério da Educação:

Querido senhor Ministério da Educação, venho por este meio pedir-lhe que introduza no programa escolar do próximo ano uma matéria que aborde assuntos mitológicos interessantes, tais como:

- Aparições de Fátima
- O barbeiro do Paulo Bento
- Linda Reis
- Valentim Loureiro
- O joelho do Mantorras
- O esconderijo de Osama Bin Laden
- Bruxo Alexandrino
- O Borda d'Água
- As makumbas da Luciana Abreu
- A senhora da patite

Grato pela atenção.
Com os melhores cumprimentos.

Hugo Barreiros

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A Bíblia, o meu livro de cabeceira.

Na verdade a Bíblia não é o meu livro de cabeceira... É o livro que uso para nivelar a cabeceira, (uma vez estava a andar à briga com o meu irmão e caímos para cima da cabeceira, o que fez com que um dos pés se partisse, de maneira que tive que usar a Bíblia por ser mais alta que os outros livros).

No entanto, posso orgulhosamente dizer que já li a Bíblia umas quantas vezes, (sempre gostei de bons romances), mas, penso, ter havido pormenores que foram, (certamente), omitidos.

Já nem falo do amor recíproco entre Maria Madalena e Jesus, não, não é isso, o que falta, (na minha modesta opinião de leitor), são pormenores do quotidiano...

Onde está o episódio em que Jesus vai para o deserto jejuar e pensar se realmente será o filho de Deus, (ou lá o que é), e Judas lhe aparece com um pacote de biscoitos de canela, leite e um transistor para ouvir o relato do Benfica? Onde está?

Onde está o episódio em que um homem chega ao pé de Jesus com uma constipação pedindo-lhe que este o cure, e o filho do Senhor nega-lhe a cura, afasta-se, segredando algo a Pedro, (o seu chefe de segurança), que se aproxima do homem adoentado dizendo-lhe: "Jesus só faz empreitadas grandes, aparece aí com uma lepra ou uma sida e Ele safa-te isso, caso contrário toma Aspirina C, que isso passa"? Onde está?

Onde está o episódio em que Job vê os números da lotaria e espantado olha para o céu dizendo: "Senhor, esta semana sairam os números com os quais tinha jogado a semana passada... Já é a 12ª vez que isto acontece. Sei que És um tipo galhofeiro, mas começa a ser desagradável, na medida em que, o dinheiro dava-me jeito para saldar a dívida que tenho na mercearia, uma vez que o mau tempo me arruínou a colheita deste verão e tive de pedir fiado ao Zebedeu, que me cobra juros altíssimos... Por favor para lá com essa merd@!" Onde está?

Onde está o episódio onde Maria Madalena regateia o preço de uma "dormida" com um fariseu... "Na pensão é 6 moedas, no carro é 3... Em que é que ficamos?" Onde está?

Pois claro, não está.

Não encontrarão episódios como estes na Bíblia, embora todos saibamos que eles, de facto, existiram. É isto que me chateia na malta do clero. Toda a gente sabe. Mas eles teimam em esconder... Mal comparado é como a Kate McCann... Toda a gente sabe o que ela fez, mas ela teima em negar... Também ouvi dizer que ela vai muitas vezes à missa e que até teria a chave da igreja... Pois é... Más influências...

Ainda assim, gostaria que mais gente descobrisse os maravilhosos contos dignos de novelas que há na Bíblia...

Deixo aqui um conselho... Senhores padres, Se querem, como eu, que mais gente vá à missa e leia a Bíblia, não digam, nas eucaristias, que Jesus morre. Dessa forma mais gente terá curiosidade de saber como acaba a estória, e lerá o Livro Sagrado até ao fim. Eu falo por mim, quando me contam o fim dos livros ou dos filmes, perco imediatamente o interesse...

Omitam mais esta... Vão ver que não custa nada.

Hugo Barreiros